Sempre tive vontade de escrever sobre uma meia
maratona, sobre o que passa na minha cabeça enquanto percorro os 21km.
Porém, nunca soube o que falar, como explicar. A
corrida é um esporte engraçado, pois são tantos sentimentos conflitantes que
você vivencia, seja em um percurso de 5km ou de 42km, que fica difícil colocar
no papel.
Ao mesmo tempo que seu corpo pede para parar, sua
cabeça diz que tem que continuar. O contrário também acontece. Tem dias que
você não está focado, seu corpo sinaliza que aguenta, mas qualquer coisa é
motivo para pensar em parar... Quantas vezes pensei durante uma prova ou um
treino: nunca mais eu corro, pra que tanto sacrifício?
Mas basta completar qualquer prova para que o prazer
que sentimos supere qualquer dificuldade.
Eu e o Doido já havíamos feito essa prova 3 vezes, de
2009 a 2011 (por questões de trabalho, não conseguimos ir em 2012) e, a cada
linha de chegada que cruzamos, sempre tivemos a certeza de querer voltar e
fazer de novo a meia maratona mais linda do mundo. Pois bem, já nos realizamos
em 2013 e que venha 2014, 15, 16...
Tentarei passar aqui um pouquinho das fases dessa
corrida, que tem altos e baixos, mas o saldo final é sempre muito positivo.
A animação começa
na retirada dos kits, quando as pessoas se encontram numa estrutura enorme
que a organização da prova monta no Aterro do Flamengo. A corrida começa ali.
#meiamaratonadorio - retirada dos Kits no Aterro do Flamengo em 2009. Minha Tia Ângela foi com a gente e também correu 10km! |
#meiamaratonadorio - retirada dos Kits no Aterro do Flamengo em 2011 |
#meiamaratonadorio - retirada dos Kits no Aterro do Flamengo em 2013. Unhas azul ad3!
A emoção da largada em São Conrado é indescritível...
Ver aquele mar de gente, mais de 18.000 pessoas de todas as idades e estados,
unidas por uma paixão em comum (para correr 21km precisa de muuuuiiiita paixão)
é de arrepiar... A trilha sonora do Esporte Espetacular dá um toque ainda mais
especial. Não tem como não encher os olhos de lágrimas.
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Esse ano foi ainda mais emocionante. Pela primeira
vez, conseguimos ver a largada da elite feminina, que sai 25 minutos antes, e
que me motivou muito. A admiração por aquelas guerreiras me deu mais força.
Os primeiros quilômetros são hipnotizantes pela beleza
da Niemeyer, fazendo com que a ladeira que subimos logo no início seja
praticamente esquecida.
O ponto de atenção nesse trecho é que a pista é
estreita e a prova ainda está com uma concentração muito grande de gente. Por isso,
meu conselho é: vá com calma, poupe energia nessa parte, curta a vista e tire a
diferença a partir do Leblon.
É emocionante passar pelo Vidigal e ver seus moradores
nos aplaudindo, nos dando a mão para bater, como se fôssemos verdadeiras
estrelas.
Esse ano foi notável a presença da UPP. Vimos os
guardas em cima do morro trabalhando. Profissionais que receberam os justos
aplausos dos atletas.
A descida no Leblon é fascinante. A mudança de
ambiente ajuda a dar novo gás. Esse ano, a paisagem foi marcada pelas placas
de protestos, além das barracas em frente ao prédio do
governador Sérgio Cabral.
Em Ipanema e
Copacabana sempre tem muita gente nos dando os parabéns, nos chamando de
guerreiros, nos dando força. Até então, só a metade do percurso foi percorrido
e quanto mais energia positiva, melhor.
#meiamaratonadorio - passeando por Ipanema em 2011 |
#meiamaratonadorio 2009 - cheguei antes da elite e esperei para tirar fotos... (Foto tirada por minha cunhada enquanto os 3 primeiros lugares na prova passavam por Copacabana) |
#meiamaratonadorio 2009 - Todo mundo se contamina, até a sogra!!! |
Meia Maratona do Rio - passando por Copacabana em 2009
Ao cruzar Botafogo, o eco que causamos nos túneis com
palmas e gritos de empolgação nos revitalizam, afinal, estamos prestes a
completar 2/3 da prova.
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A chegada no
Aterro do Flamengo é sensacional. Não tem expressão que traduza a beleza do Pão
de Açúcar "te seguindo". Simplesmente deslumbrante.
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A chegada é o
momento da catarse! Difícil explicar com palavras.
#meiamaratonadorio 2011 - a 100m da chegada |
#meiamaratonadorio - 2011 - a 100m da chegada
Costumo correr sozinha, pois a corrida é um momento só
meu, é o momento que passa tanta coisa na minha cabeça que dificilmente consigo
fazer acompanhada de alguém. Sempre me emociono muito, seguro o choro
várias vezes.
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Na chegada desse ano eu queria gritar, chorar,
comemorar, afinal, tinha baixado meu tempo em 5 minutos em relação ao último
ano. Mas me contive para não parecer uma louca. Depois, percebi que poderia ter
gritado, não seria a única.
É impressionante o quanto a experiência de um ano para
o outro faz a diferença. Fiz 28 minutos a menos em relação ao primeiro ano e
terminei a prova num ritmo frenético, estava inteira e correria mais se fosse
preciso.
#meiamaratonadorio 2009 - e é claro que não pode faltar a torcida! Minha sogra, cunhada, sobrinha e tia! |
#meiamaratonadorio 2011 - impossível não se animar. Minha mãe, que hoje corre com a gente! |
#meiamaratonadorio 2011 - minha Tia Ângela sempre presente! Começou na ad3 junto com a gente |
#meiamaratonadorio 2011 - Meu pai, que se matriculou no clube na semana seguinte |
#meiamaratonadorio 2011 - Fernanda, minha irmã. Só não corre na ad3 porque mora em SP. |
#meiamaratonadorio 2013 |
#meiamaratonadorio 2013
Claro que depois
da prova as comemorações são intensas pelos botecos cariocas!
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Meia Maratona do Rio 2013 - torcida de peso comemorando no Belmonte
É isso... Nada melhor que juntar 3 paixões nossas numa
única experiência: correr, viajar e o Rio de Janeiro.
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Obrigada a ad3 (www.facebook.com/Ad3Esportes), nosso clube de corrida, que sempre esteve ao nosso lado em todas as nossas meia-maratona.
Até o próximo post!
Ana Paula Pires -
Doida pelo Mundo